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DE USHUAIA ÀS PINGUINEIRAS

DIA 16 - DE USHUAIA A PUERTO SAN JULIAN
Domingo- dia 25 de novembro. 963 km rodados no trecho.

a)  BODEGÓN FUEGUINO - Ontem (sábado) saímos para comer no Bodegón Fueguino, um restaurante tradicional e imperdível de Ushuaia. Comemos dois pratos diferentes de Cordero Fueguino e resolvemos beber cerveja. O sapiente e sempre inspirado Wandeco falou: “- Vamos beber rápido, antes que a cerveja congele!”. E assim o fizemos, com certa dose de exagero. Não deixamos nenhuma cerveja congelar na mesa. Fomos rápidos no gatilho!
b)  Havíamos planejado ficar o dia de hoje na cidade, mas a única opção de passeio seria trafegar de barco pelo Canal de Beagle, em um tour marítimo de 6 horas de duração. Eu insisti para que Wandeco o fizesse, porque eu já havia feito este passeio em 2009 e esta experiência não seria novidade para mim.
c) DESISTINDO DE PASSEAR PELO CANAL DE BEAGLE - Na entrada do restaurante do hotel, onde era servido o café da manhã, é sempre colocada a previsão do tempo para o dia. Para este domingo seria mínima de 2 e máxima de 6 graus. Uma névoa densa encobria o Canal e, certamente, a temperatura em alto mar seria abaixo de zero full time. Wandeco refugou e não quis encarar o passeio. Decidimos fechar a conta do hotel, subir nas motos e começar a viagem de volta para casa.
d)  DEIXANDO USHUAIA - Pegamos chuva fina e gelada por toda a travessia dos Andes, com temperatura de 0,8 grau negativo. A passagem pela Cordilheira (Paso Garibaldi) é obrigatória e tem cerca de 70 km de extensão, mas não se chega a altitudes elevadas (algo em torno de 2800 m). Porém, a temperatura é fria pra chuchu! Pegamos neve na vinda e chuva na volta, e nas duas travessias a temperatura foi abaixo de zero.
e)   NOVAMENTE O ESTREITO DE MAGALHÃES E O TRECHO DE RÍPIO – Mais uma vez tivemos que esperar a segunda balsa para atravessar os 13 km do Estreito de Magalhães. E lá se foram quase 2 h nesta empreitada. A travessia de combustível é prioridade e não se pode levar carros ou motos quando há caminhões-tanque a bordo. Fomos excluídos da primeira balsa por conta deste detalhe (combustível a bordo). Um pouco além, já do outro lado do Estreito, encaramos novamente os 135 km de rípio. Desta vez fomos mais ousados e fizemos o trecho em 20 minutos a menos que no caminho de ida para Ushuaia.
f)  DESMITIFICANDO O RÍPIO – Amigos, não quis me manifestar com mais contundência antes de fazer o caminho de volta, porque sei que o “peso da língua” tem derrubado muito motociclista por aí. Mas agora vou ser claro e conciso: ESTE TRECHO DE RÍPIO É MAMATA! É CHUPETA NO MEL (como diz nosso amigo Zael)! Eu fiz pouco off-road em minha vida, mas posso garantir que o grau de dificuldade é mínimo. Muitas motos custom passam por ele sem qualquer problema. Certamente, o trecho é longo e cansativo. E merece atenção e paciência para ser vencido com sucesso. Quero deixar claro que estou me referindo ao trecho por ONAISIN. Há dois caminhos sem pavimentação para se chegar a Ushuaia: um por Cullén e outro por Onaisin. Por Cullén, embora seja 25 km mais curto, é por onde passam os caminhões, e DEVE SER EVITADO! A poeira do rípio é muito densa e perde-se quase 100% da visibilidade quando se está atrás de um caminhão. Por Onaisin, quase não há movimento e todas as 4 vezes que passei por lá não havia ventos. 
g)  NOVE HORAS DE VENTANIA BRABA – Hoje foi o dia mais cansativo da viagem. Fomos castigados pela ventania por mais de 9 horas consecutivas, com ventos sempre acima dos 50 km/h (chegou a 64 km/h nas imediações do Estreito de Magalhães). Como se diz lá em Minas: “Coiz’didoido, sô!”. Além da travessia do Estreito de Magalhães, das 15 horas de pilotagem, do trecho de rípio e de 3 aduanas (ninguém merece!), ainda tivemos que cumprir  963 km para chegar a Puerto San Julian (onde fica a réplica da caravela de Fernão de Magalhães). Dormimos no Hotel SADA (280 pesos, Nota 4), como defuntos em velório.

DIA 17 - DE PUERTO SAN JULIAN A PUERTO MADRYN (Península Valdez) Segunda – dia 26 de novembro. 886 km rodados hoje.
a)  Não temos muito o que falar do dia de hoje. Mais uma vez, inexplicavelmente, passamos por Comodoro Rivadávia (a Ciudad de los Ventos) sem nenhuma ventania para nos incomodar. Se ontem o trecho foi pesado, hoje foi mamão-com-açúcar. Mal pegamos 80 km de ventania durante o dia de hoje.
b)  Aproveitamos esta distração da natureza para acelerar forte, porque as pinguineiras de Punta Tombo e a Península Valdez nos esperavam adiante.
(fotos no rípio e da temperatura)






(Em Puerto Madryn) 

3 comentários:

  1. Continuem firmes, atentos ao tédio da estrada. Estamos aqui. Abraços. Z.batalha.

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  2. Olá Amigos,
    Bom ter novas notícias! E o que acharam de Punta Tombo? Não vi fotos dos pingüins!?... Lembro que em 2009 esse trecho não foi visitado por todo o grupo. Flávio e Dino haviam seguido direto e apenas eu e o Zael (sem esquecer minha garupa Aline) fizemos os 70 km de desvio da Ruta 03 até Punta. Mas, valeu a pena na época, tamanha a beleza daquela praia e seus milhares de pingüins perambulando por todo o lugar....rssss - Inclusive, o pequeno trecho de rípio, uns 40 km (ida e volta), foi um dos mais difíceis devido ao cascalho mais graúdo e mais acumulado, com alguns bolções nas baixadas... Foi aí que nosso companheiro Zael comprou uma pequena fazenda, isso é, tombo! Um " Puta Tombo em Punta Tombo" !!! Rssss
    Mas, é isso: muito bom relembrar tudo nessa viagem com vocês...
    Grande abraço e voltem em segurança.

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  3. Conhecer destinos com a sua motocicleta isso é viver e aprender.

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